A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiu em julgamento absolver
a Fundação Antonio e Helena Zerrenner (FAHZ), acionista da Ambev, da acusação
de uso de informação privilegiada na negociação de ações da cervejaria.
O processo começou em 2005 e investigava a movimentação com papéis da empresa
no período de maio de 2003 a março de 2004.
PUBLICIDADE Outros acusados no processo, como os executivos e sócios da
Ambev Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto da Veiga
Sicupira entregaram proposta no fim do ano passado em que se comprometeram
a pagar R$ 15 milhões para celebrar um termo de compromisso.
A FAHZ é uma entidade beneficente que tem o objetivo de prover assistência
médica aos funcionários da companhia e de suas controladas.
O processo da CVM investigava a aquisição no dia 2 de junho de 2003 de 97
milhões de ações ordinárias (com direito a voto) pela FAHZ. Nos 60 dias
seguintes, a fundação vendeu 69 milhões de ações preferenciais da cervejaria.
No entendimento da acusação, a fundação teria usado informação relevante
não divulgada (a existência de negociações entre os controladores da Ambev
e os da Interbrew) para obter vantagem na aquisição de ações ordinárias
da empresa.
A defesa alegou que a intenção da fundação em adquirir ações ordinárias
da Ambev existia desde meados de 2002, antes do início das negociações,
que teriam começado no segundo semestre de 2003.
O advogado Ary Azevedo Franco Neto alegou que houve "uma coincidência na
linha do tempo". Ele afirmou ainda que a fundação tem interesse em preservar
seu investimento na Ambev porque quase a totalidade do seu patrimônio é
formada por papéis da companhia.
JANAINA LAGE DO RIO
26/10/2010 16h47